sexta-feira, 20 de maio de 2011

Professores grevistas recebem apoio de pais e alunos

Passeata de estudantes da rede pública estadual e encontro com pais e responsáveis reforçaram as reivindicações dos educadores.

Professores da rede pública estadual do Vale do Araranguá que irão aderir ao início do movimento grevista, a partir de hoje, ganharam apoio da comunidade escolar. Os educadores reivindicam a aplicação imediata do Piso do Magistério, garantido por lei, porém, emperrado no governo do Estado. A alegação da secretaria estadual de Educação é de que o acórdão do processo do Supremo Tribunal Federal (STF) que derrubou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ainda não foi publicado. Na semana passada, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC), regional de Araranguá, Luiz Fernando Martins, rebateu a alegação do secretário de Educação, Marco Tebaldi sobre a publicação do acórdão. “A declaração do secretário é para ganhar tempo. Na decisão do STF diz que a aplicação do piso é imediata, o que não há a necessidade do acórdão”, contestou. Ainda de acordo com Martins, o encontro entre a coordenadora estadual do Sinte, Alvete Bedin, e secretários estaduais, não avançou na manhã de ontem, dia 17. “A coordenadora Alvete considerou o encontro “muito ruim”. Não houve proposta concreta do Estado em relação ao pagamento do piso dos professores e isso manteve a decisão da categoria em parar por tempo indeterminado”,  disse o sindicalista. Em relação ao  ovimento
grevista, Martins acredita que a adesão inicial dos professores possa ultrapassar  a margem de 70%. “Para a assembleia regional de amanhã (hoje), haverá 100% de paralisação. E com a greve defl agrada acreditamos que mais de 70% dos professores da rede pública estadual possam aderir inicialmente à greve”, comentou o coordenador.

Pais e alunos reforçam apoio

Diferente de outras greves de professores, onde o que inicialmente exigia aumento de salário, a greve deste ano implica em outra questão. A exigência do cumprimento de uma lei onde claramente os professores devem receber, no mínimo, um piso proposto pelo MEC e aprovado pelo STF. Atualmente, o professor de nível 1 do magistério recebe a remuneração de R$ 609,46. Com a lei federal, este mesmo professor passará ganhar R$ 1.187,97 sem contar com abonos e gratifi cações.
Sabedores da atual situação, alunos de escolas da região se mobilizaram durante a manhã de ontem, dia 17, e realizaram passeatas. Em Sombrio e Balneário Gaivota, estudantes de todas as escolas foram às ruas para apoiar os educadores. Em Araranguá, há muito não se via a movimentação do corpo discente. Membros de grêmios estudantis das escolas Maria Garcia Pessi, do bairro Cidade Alta, e Estadual, do centro, se uniram e também tomaram as principais avenidas do município para protestar contra o governo do estado. Aproximadamente 800 alunos participaram da passeata e gritavam “Isso nos revolta. Nós aqui sem aula e os governantes na Europa!”, em alusão a viagem da comitiva catarinense ao velho continente, incluindo o governador Raimundo Colombo. A polícia militar monitorou o protesto e nenhum incidente foi registrado. A assistente de direção da Escola Estadual, Luciana Costa Martinelli, ressaltou a importância da participação de alunos em apoio aos professores. “Isto é uma demonstração de consciência por parte dos alunos. Sabemos que a reivindicação dos professores neste ano é diferente. O que se quer é o cumprimento de uma lei”, relatou Luciana ao complementar a emoção de professores da unidade escolar ao ver a mobilização dos alunos. Ainda na noite de ontem, professores da escola promoveram um encontro com alunos, pais e responsáveis, no Teatro Célia Belizária, para explanar a situação atual da rede pública e os motivos que levarão os educadores a iniciar a greve.
O encontro possibilitou a comunidade escolar tirar dúvida dos procedimentos enquanto houver a paralisação.
Na oportunidade, uma das mães chegou a exaltar a iniciativa, porém, lamentou fato de nem todos os professores entrarem em greve. “Enquanto vocês reivindicam o reajuste, outros professores que também irão ganhar este aumento depois, sequer estão mobilizados para esta greve”, declarou.
Também gerou dúvida para o aluno sobre professores estarem em sala de aula e outros não, no que se refere ao número de faltas. “O dia letivo é contado com a presença do professor e também dos alunos”, respondeu o coordenador do Sinte, Luiz Fernando Martins. No caso, para ser considerada aula dada, precisa da participação de 50% mais um, do corpo discente.
Ao fi nal do debate, algumas turmas já se mobilizaram para que 100% dos alunos não fossem às aulas de educadores  que não irão participar da paralisação. Sobre a reposição das aulas, outro questionamento dos estudantes, os professores afi rmam que irão repor, pois será preciso respeitar o número mínimo de horas/aula, de acordo com a LDB.

Fontes: Jornal Sem Censura
Fotos: Betina da Fontoura / Elvis Campagnollo

Um comentário:

  1. Coisa triste abrir o contracheque agora e ver um aumento de 111 reais só p/horas. Foi colocado como "Comp do piso". Era para ser no vencimento! Arrependimento de ter trabalhado para o Colombo!

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