segunda-feira, 30 de maio de 2011

Dia D da greve dos professores em Santa Catarina termina com passeata no Centro de Florianópolis

O Dia D da greve dos professores da rede estadual de educação de Santa Catarina foi marcado pela palestra da professora Amanda Gurgel e por uma passeata que saiu da  Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia Legislativa, e terminou na Avenida Paulo Fontes no Centro de Florianópolis, por volta das 17h, desta segunda-feira.

A movimentação dos docentes começou às 8h. Às 15h, Amanda Gurgel, que ficou conhecida nacionalmente pelo discurso sobre a precariedade na educação do Rio Grande do Norte, fez uma palestra na praça.


De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte), cerca de mil professores de Florianópolis, São José e alguns de Itajaí, no Litoral Norte, participaram do ato.

Atos e debates devem acontecer durante toda a semana no Estado. Nesta terça-feira, a partir das 14h, professores da Grande Florianópolis farão vigília em frente à Secretaria de Estado de Educação (SED). Nas demais regiões, as concentrações devem acontecer nas Gerências Regionais de Educação. A expectativa do Sinte é reunir o mesmo número de profissionais que participaram dos atos desta segunda.

—  O dia de hoje é um exemplo do que prevemos para a semana em todo Estado. Queremos colocar a categoria na rua e mostrar à sociedade que continuamos em greve — comenta a secretária geral do Sinte, Anna Julia Rodrigues.

Nesta segunda-feira, a greve dos professores, completa 13 dias. A paralisação acontece desde o dia 18 de maio.  Trabalhadores querem o pagamento do Piso Nacional da Categoria, de R$ 1.187,97 como sendo o salário inicial, pago sem a retirada de outros benefícios que estão na folha de pagamento. O governo do Estado concordou em pagar, mas somando o salário base e os abonos para chegar ao valor do piso, o que não é aceito pela classe.

Segundo o Sinte, a adesão à greve em SC está em torno de 92%. Seriam aproximadamente 630 mil estudantes sem aulas. 

Fonte: DIÁRIO CATARINENSE
Foto:Alvarélio Kurossu / Agencia RBS

Governador é vaiado por professores em Lages, na Serra catarinense

Professores fizeram manifestação em frente ao centro de eventos onde Colombo receberia homenagem


O governador Raimundo Colombo foi vaiado por professores da rede estadual de ensino, na noite desta segunda-feira, na entrada de um evento em Lages, na Serra catarinense.

Os profissionais da educação fizeram uma manifestação em frente ao centro de eventos onde Colombo foi homenageado com o troféu Orgulho Serrano, ofererecido pela Fundação Carlos Jofre do Amaral a 16 personalidades de destaque na região.

Cerca de 100 professores participaram do ato, que começou em frente a Câmara de Vereadores de Lages no final da tarde. Munidos de apitos e buzinas, os manifestantes carregavam faixas com dizeres como "Serrano que é serrano cumpre a Lei" e "O professor na rua, Colombo a culpa é sua".

Para entrar no local o governador precisou passar entre os manifestantes que o vaiaram. Visivelmente constrangido, ele falou com algumas pessoas e chamou quatro professores para uma conversa que durou cerca de 30 minutos no interior do centro de eventos.

Colombo admitiu que o salário dos professores precisa ser melhorado e disse que o governo vai pagar o piso, mas não o valor pleno, pois este daria um impacto de R$ 108 milhões por mês aos cofres do Estado. O governo pretende pagar o piso, de R$ 1.187, para os professores que ainda não recebem isso no salário base, sem somar os valores dos abonos. Os servidores não aceitam esta proposta, eles querem o valor do piso mais os abonos que já recebem junto com o salário.

Disse ainda, que nesta quarta-feira terá uma audiência com o Ministro da Educação, Fernando Haddad, para tratar do assunto, em Brasília.

Os professores chegaram por volta das 20h e ficaram cerca de uma hora em frente ao Centro Serra.

Segunda-feira marcada por manifestações

Nesta segunda-feira a greve dos professores estaduais que querem a implementação do Piso Nacional da Categoria, completou 13 dias. Houve manifestações em vários pontos do Estado.

Em Florianópolis, a professora Amanda Gurgel que ficou conhecida depois de fazer um discurso inflamado sobre a educação mostrado ao Brasil por meio do Youtube e do Twitter, deu uma palestra na Praça Tancredo Neves, em frente à Assembleia Legislativa.

No final da tarde os professores fizeram uma passeata que saiu da Praça Tancredo Neves e terminou na Avenida Paulo Fontes, no Centro.

Fonte: ClicRbs - http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18&section=Geral&newsID=a3331536.xml
Foto: PABLO GOMES / Agencia RBS

Passeata e Ato Regional

Urgente

Professores(as):

Dia 31 de maio

Passeata e Ato Regional


Concentração às 14 horas em frente a sede do Sinte Regional de Araranguá. Todos com cópias de seus Diplomas de Faculdade e/ou pós-Graduação. Vamos pressionar o governo a ouvir nosso sindicato.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Um testemunho

Um testemunho eloqüente e singular está sendo dado pela professora Lícia Lustosa, da Escola Estadual Básica Anita Garibaldi, de Itapema, sobre o andamento da mobilização dos professores. Faz uma narrativa forte sobre visita a um bairro pobre de sua cidade. É longo, mas merece leitura:
“Gostaria de partilhar com vocês, a experiencia que vivi hoje 26/05 pela manhã.
A minha escola EEB Anita Garibaldi(Itapema), se propos a “panfletar” uma cartinha aos pais e comunidade para dizer por que continuamos em greve. Nos dividimos em grupos e eu a professora Priscila e mais duas alunas fomos para os bairros mais afastados de Meia-Praia. A aluna Natalia (que era minha guia) sugeriu que fizessemos o caminho do ônibus escolar. E Começamos pelo bairro Praia-Mar. No inicio um bairro simples que se revelou ao longo da minha caminhada a mais verdadeira AULA de cidadania.
Conforme ia caminhando ruas a dentro, a pobreza, a miséria, iam se revelando. Passava pelas casas dos “MEUS” ALUNOS entregando as cartinhas as pessoas (muitas não sabiam ler) e explicando o porque não voltamos a dar aula, que estamos lutando para que todos os professores recebam o piso e não só alguns. As pessoas me olhavam admiradas, talvez por não entender o porque que a professorinha saiu lá do bairro nobre da Meia- Praia (bairro dos turistas) e foi dar explicações a eles. Mas também com sorriso nos olhos de se sentirem importantes, por tal explicação. Quando nos perguntavam quanto nós ganhávamos, ficaram espantados por não termos ido antes as ruas. E nos diziam que um pedreiro ganha mais do que a gente. A receptividade das pessoas foi algo que em palavras não dá pra descrever. Foi a maior lição que EU uma professora de Artes Visuais, VI EM TODA MINHA VIDA. Já andei por muitos lugares pobres, mas não com os olhos de educadora. E percebi que nós professores, não temos ido até nossos alunos. Reclamamos que os pais não vão a escola, mas nós também não vamos até a comunidade. Se essa GREVE serviu para alguma coisa, certamente foi para mostrar quanto precisamos ser mais humanos e falar das nossas aflições, angustias, tristezas e preocupações. Que sozinhos somos fracos e impotentes mas juntos somos forte e valentes. E que para construir um País DIGNO é preciso muito mais que bons salários e boas escolas. É preciso Gente humana que vê de verdade o próximo!
Professores, não deixem de ir as ruas e explicar a sua comunidade o que está acontecendo na sua escola. Vale a pena!
Abraços e “lágrimas” a todos, Lícia Lustosa-Profa. Artes Visuais-EEB Anita Garibaldi – Itapema/SC.”

Fonte: Moacir Pereira
http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2011/05/?topo=67,2,18,,,77

Professora: resposta a Tebaldi

De LilianSchoening, via e-mail, sobre a greve dos professores”, respondendo e corrigindo o secretário da Educação, Marco Tebaldi, em mensagem intitulada “é possível melhorar”:
“ Nos últimos dias estamos vivendo uma situação difícil. Uma greve fora de época do magistério, que queria (queria não, quer) o piso nacional. Foi adotado o piso e os professores em início de carreira já estão ganhando de???? R$ 1.683,00 para os que tem (têm) 25% de regência de classe;. Isto (Isso) representa um reajuste de 95%. Num primeiro momento, não foi possível implantar um reajuste escalonado para todas as faixas. Seriam necessários mais de R$ 100 milhões/mês. Isto (novamente????) porque, sobre o valor inicial incidem triênios, prêmios e outros benefícios, o que elevaria em muito a folha de pagamentos (corta o s). Ninguém tira os méritos dos professores. Defendemos que sejam melhor pagos, mas dentro da realidade possível e responsável. Convidamos o sindicato para colaborar na busca de uma solução que seja boa para todos os lados (se são todos, não precisa de lados). (O sindicato) Não aceitaram. (O sindicato) Preferiram continuar parados,
Sempre estivemos abertos ao diálogo, ao atendimento e (à) busa (busca) de soluções e melhorias.
Reconheço que a direção do Sinte tem sido respeitosa, ao contrários(corta o s). de alguns “professores” que individualmente usam as redes sociais para ataques pessoais e ofensas. Estes (Esses) sim, muitos nem sabem escrever, nem deveriam estar em sala de aula e muito menos usar o título de professor.
Acredito no bom senso da classe, na volta ao trabalho e no colaboracionismo em construirmos uma nova carreira.”Texto do Senhor Marcos Tebaldi, escrito em seu blog!”
Caro Secretário da Educação!!!
Seu desabafo em seu blog é aceitável. É muito difícil receber ofensas de pessoas que usam as redes sociais, principalmente do que diz respeito a ataques pessoais.
Porém, ao fazer essa resposta às ofensas, o senhor usa da mesma moeda e isso, no seu cargo, não lhe cai bem. Dizer que os profissionais escolhidos pelo Governo, o qual o senhor representa, não são qualificados, é o mesmo que provar a ineficácia da instituição na escolha daqueles que são colocados diante da nossa próxima geração.
Sim, alguns escrevem errado. Inclusive, logo acima desta carta, dou-lhe a minha contribuição na correção do seu texto, ou de um de seus assessores. Somos frutos de buscas individuais, valores e conceitos que construímos ao longo dos anos. Questiono se o modelo que o Estado impõe de educação e principalmente avaliação forma profissionais capazes de usar a nossa língua corretamente. Creio que não.
Como professora, concordo que existem professores que não merecem o título, assim como médicos, políticos etc. Mas, primar pela qualidade do que é produzido em nossas escolas é obrigação nossa: minha, sua e de todos que levantam a bandeira da educação.
Por favor, não distorça os fatos. Não queremos só salários, queremos dignidade. Já temos uma carreira, não queremos reconstruí-la. Além de professores, somos pessoas. E o lema do seu Governo é:
“As pessoas em primeiro lugar.” Professora Lilian”

Fonte: Moacir Pereira
http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/2011/05/?topo=67,2,18,,,77

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Professores fazem velório do plano de carreira

Cerca de 200 professores da rede estadual de ensino do Litoral, que estão em greve, fizeram um ato simbólico pelas ruas Itajaí na tarde desta quinta-feira. Vestidos de preto, eles caminharam pelo Centro em um cortejo fúnebre. No caixão estava representado o plano de carreira. A manifestação terminou com a queima das cópias dos diplomas e certificados de pós-graduação.
Para os professores estaduais, o reajuste feito pelo governo do Estado, apenas nos salários de quem ganhava menos do que o piso nacional da categoria, que é de R$ 1.187, desvalorizou os profissionais mais antigos e melhor graduados.

Fonte: ClicRbs
Foto: Marcos Porto

Atenção....atenção....atenção

Atenção, alunos, pais e professores colegas.... segue abaixo um protótipo da (vergonhosa e indecente) proposta do governo de SC.
Não podemos aceitar de maneira alguma a desvalorização da qualificação docente.. A GREVE continua e agora mais forte ainda..
O SINTE - ARARANGUÁ  convida a todos a participarem amanha do ato público em Sombrio, as 19:00 h, o ponto de encontro é o colégio Catulo às 18:30 h...
 levar uma vela além de suas faixas e cartazes.
Participem!
Todos estao envolvidos , direta ou indiretamente, comerciantes , políticos,  formadores de opinião...
Vamos nos mobilizar, unidos faremos a nossa história, Santa Catarina merece respeito de seus governantes.
 
 
 Caríssimos:
Vejam  a "proposta" absurda que o Governo Catarinense apresentou  ontem(22/05), em reunião com o Sinte /SC( Sindicato dos Professores),ao implantar  parcialmente o Piso Nacional  do Magistério ( Lei Federal). Observem  o que acontece com os vencimentos dos professores  da rede estadual de ensino, início de carreira com jornada de 40h semanais:
 
1.) Professor com apenas ensino médio:
     antes o vencimento inicial era 609,46 ... agora com o Piso: 1.187,00.
 
2.) Professor com graduação ( licenciatura):
     antes : 993,20 ..... agora com o Piso : 1.187,00.
 
3.) Professor com especialização:
     antes : 1.267,90 .... agora com o Piso : 1.267,81
 
4.) Professor com mestrado:
     antes : 1.375,41 ...agora com o Piso : 1.375, 31.
 
5.) Professor com doutorado:
     antes: 1.492,05 .... agora com o Piso: 1.491,92.
 
 
Vejam que não houve reajuste para os professores com pós - graduação...É o "achatamento" do nosso Plano de Carreira. De tão imoral , revoltante e  injusto, chega a ser INACREDITÁVEL .
Esta proposta será encaminhada à Assembleia Legislativa para ser votada pelos Deputados Estaduais.Peço à cada um de vocês que enviem mensagem aos seus respectivos candidatos  para que eles não votem à favor . Como representantes do povo  catarinense , eles devem exigir  do Governo a implantação integral da Lei do Piso do Magistério( estendendo em percentuais à todos os professores, respeitando  sua  formação e tempo de serviço na carreira)e assim apoiar a luta da categoria.
Enquanto isso,eu e meus colegas continuaremos em greve !!! Lutando por uma educação pública e de qualidade em nosso querido Estado.
Conto com o apoio de todos.

Comando de Greve. 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Jornal Amorim - Professores reivindicam piso salarial na Avenida


Sem proposta de acordo salarial, professores da Rede estadual de ensino, mobilizaram-se na data de ontem (18), fazendo uma grande passeata pelas ruas de Araranguá. Os professores decidiram após Assembléia realizada no Teatro Celia Belizária, que vão seguir o comando estadual e irão permanecer em greve por tempo indeterminado. Centenas de profissionais de ensino de toda Amesc, participaram do encontro com cartazes, pedindo que seja feita cumprida a Lei.
http://www.youtube.com/watch?v=yLPSBcxFQV0

Imagens: Fernanda Rosa
Créditos: Jornal Amorim www.jornalamorim.com.br

SOBROU TRUCULÊNCIA, FALTOU SENSIBILIDADE…

Nós, professores e assistente técnico-pedagógico da EEB Wanderley Junior, de São José, citado em sua coluna, queremos externar nossas indignações. Esse “novo plano” do estado mostrou o descaso e o desdém para com os profissionais de educação.
Ignorados pelo governo anterior, o nosso nível educacional nacional está colocado em 4º lugar , em média. Em nível salarial estamos em 4º lugar, de “baixo para cima” Damos dedicação, atenção, competência e recebemos desprezo e desvalorização.
A “tabela”, em nossa escola, causou um tremendo repúdio dos professores que se sacrificaram a si e a família para fazer pós-graduação.
Onde está a qualidade e a excelência em educação? Se o governo não tem dinheiro para pagar o piso na carreira, os mandatários de Brasília pagam…
O governo prega a pessoa em 1º lugar e o professor não é pessoa? Não… são super pessoas, profissionais da educação, que merecem respeito, consideração e valorização. Com respeito a esse mal-fadado encontro sobrou truculência, faltou sensibilidade dos governantes.
Esse ato do governo é inconstitucional: uma apologia à imoralidade, porque não cumprindo o piso na carreira, insinua à sociedade que não é preciso cumprir a lei.
Continuamos EM GREVE e pedimos aos colegas da categoria que permaneçam firmes.
Obrigado Moacir, por sua cobertura feita com ética e imparcialidade. Um abraço a todos!

Fonte: Moacir Pereira / eeb wanderley junior

Ato Público - Sombrio‏

Ato realizado por professores da cidade de sombrio.


MP n. 188/11 (Piso do Magistério em SC)



Análise Jurídica dos seus Retrocessos e Inconstitucionalidades

                            Conforme amplamente divulgado, e em resposta ao crescente e legítimo movimento grevista da categoria do magistério catarinense, o Governo Estadual (SC) editou, no dia 23 de maio de 2011, a Medida Provisória n. 188/11 (MP n. 188/11), alterando a carreira do Magistério Público Estadual, sob a justificativa de cumprimento da Lei do Piso Nacional do Magistério (Lei Federal n. 11.738/08), recentemente declarada constitucional pelo STF (ADI n. 4167), ocasião em que a Suprema Corte assegurou que o piso é vencimento inicial da carreira do magistério.

                            Mas a MP n. 188/11, muito embora a pretexto de cumprir a Lei do Piso Nacional do Magistério, acaba representando um duro e inadmissível golpe na carreira do magistério público e no Estado constitucional de direito, inaugurando um cenário de profundo retrocesso e insuperável quadro de inconstitucionalidades.

                            O retrocesso vem estampado na clara desvalorização do magistério, a partir de uma política de achatamento da tabela salarial da categoria, subvertendo completamente a lógica do estímulo à qualificação e ao aperfeiçoamento dos profissionais da educação. Sim, porque ressoa flagrante a perversa política de sucateamento e desvalorização à qualificação dos educadores estaduais, na medida em que a MP n. 188/11 nivela integralmente o vencimento base dos níveis 01 a 07 (magistério de 2º grau, licenciatura de 1º grau e licenciatura plena) da tabela salarial do magistério (Lei Complementar n. 1.139/92 e alterações posteriores); parcialmente o vencimento base dos níveis 08 e 09 (licenciatura plena); e, ainda, congela totalmente os demais níveis 10, 11 e 12 (pós-graduação).

                            Aqueles profissionais que, historicamente, buscaram sua qualificação por meio de cursos de aperfeiçoamento, licenciatura plena e, sobretudo, especialização, mestrado e doutorado, são agora diretamente punidos com o achatamento da tabela salarial e o total esvaziamento da carreira do magistério. Carreira esta conquista e mantida sob a clara baliza da qualificação do professorado, cujos reflexos financeiros são agora solenemente ignorados pela MP n. 188/11.

                            Mas a MP n. 188/11 não traz apenas retrocessos na política de valorização do magistério público, com brutais prejuízos a toda a sociedade catarinense. Vem, ainda, recheada de flagrantes e insuprimíveis inconstitucionalidades (formais e materiais).

                            Do ponto de vista formal, a MP n. 188/11 ofende diretamente aos arts. 57, inciso IV, 51, § 2º e 56, § 1º a Constituição Estadual, quando vedam, expressamente, que matéria reservada à lei complementar seja objeto de medida provisória. Quaisquer matérias relacionadas ao “regime jurídico único dos servidores estaduais e diretrizes para a elaboração de planos de carreira”, como é o caso da MP n. 188/11, não poderão ser normatizadas senão por meio de lei complementar.

                            Vale ressaltar, inclusive, que a inconstitucionalidade formal da MP n. 188/11 deveria ser, de plano, suscitada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da ALESC, com o seu imediato arquivamento. Qualquer outra postura da ALESC, tanto na CCJ como nas demais fases de tramitação da MP, diversa da sua total rejeição, significa clara ofensa aos arts. 57, inciso IV, 51, § 2º e 56, § 1º da Constituição Estadual, a qual todos os deputados, nunca é demasiado relembrar, prometeram defender quando das suas posses!

                            No mesmo sentido, e ainda no plano formal, a MP n. 188/11 atenta diretamente contra o art. 62, § 1º, inciso III da Constituição Federal, que tem total aplicação ao processo legislativo estadual (princípio da simetria), conforme entendimento consolidado do STF (ADI 2391/SC).

                            Já no âmbito das inconstitucionalidades materiais, dentre inúmeras outras normas que poderiam ser aventadas, também é manifesta a ofensa da MP n. 188/11 ao art. 206, inciso V da Constituição Federal, que assegura, como princípio básico da educação, a valorização dos profissionais da educação escolar, organizados em planos de carreira que promovam tal princípio.

                            Não há como conciliar o discurso normativo constitucional de valorização dos profissionais da educação com o achatamento salarial da carreira do magistério, conforme instaurado pela MP n. 188/11. O flagrante descompasso desta MP com os princípios constitucionais de valorização do magistério ofende à Constituição e às leis nacionais (LDB) e estaduais (Lei Complementar n. 170/98) que tratam da educação!

                            Em arremate, não há outra conclusão jurídica senão a de que a MP n. 188/11, que já trouxe em seu DNA a semente do profundo retrocesso na valorização do magistério estadual, nasceu também acometida de uma fatal e manifesta enfermidade, a inconstitucionalidade formal (versando sobre matéria reservada à lei complementar) e material (ofensa direta ao princípio da valorização dos profissionais da educação).

                            Se, diante de tal quadro de falência múltipla, não houver a retirada da MP n. 188/11 pelo próprio Governo do Estado, ou se a sua morte não for decretada pela Casa Legislativa estadual, o caminho poderá ser submeter tal empreitada ao Egrégio Tribunal de Justiça catarinense, guardião máximo da Constituição e das leis. Esse é o entendimento da Assessoria Jurídica do SINTE/SC!


José Sérgio da Silva Cristóvam

Advogado do SINTE/SC
Professor Universitário. Mestre e Doutorando em Direito/UFSC.



Marcos Rogério Palmeira

Advogado do SINTE/SC
Professor Universitário. Mestre e Doutor em Direito/UFSC.

Passeata dos professores no centro de Tubarão

Centenas de professores reuniram-se hoje em Tubarão e definiram diversas ações de protesto contra a decisão do governo estadual sobre o pagamento do piso. Depois da assembléia, realizaram uma passeata com slogans: “O professor na rua, Governo a culpa a sua”; “Chega de blablabla, queremos o piso já”. Eles pararam mais de um quilômetro da principal avenida central da cidade. Ali, tiveram o apoio de motoristas, comerciantes e moradores. Para quarta-feira, às 19h, haverá um ato na escadaria da Catedral, no Centro da cidade, em que cada professor estará portando uma vela acesa, clamando por esperança para a Educação de Santa Catarina.

Fonte: Moacir Pereira
http://wp.clicrbs.com.br/moacirpereira/?topo=67,2,18,,,67
24 de maio de 2011

Ministra Ideli: “Proposta é inadmissível”

Ministra da Pesca, Ideli Salvati, considera “inadmissível” a proposta do governo Colombo/Eduardo para pagamento do piso nacional de salários aos professores. Em nota enviada a este blog, a ex-senadora petista explica como seria possível pagar o piso incidente de forma integral sobre a carreira. Conclui que a medida provisória “é uma das piores propostas apresentadas por um governador ao magistério catarinense.” Veja:
“Com a economia de R$ 1 bilhão dos cofres públicos, anunciada em janeiro, pelo governador de Santa Catarina, é possível pagar o Piso Nacional, reajustando de maneira digna os salários dos professores, sem achatamento. Caso o governo não tivesse conseguido obter a economia de caixa, então poderia desvincular o repasse do FUNDEB para a Assembléia Legislativa do Estado de SC e para o Tribunal de Justiça. Talvez o dinheiro não fosse suficiente, mas parte dessa desvinculação, algo próximo de R$ 36 milhões, ajudaria a pagar o Piso. Além disso, sabemos que o crescimento da arrecadação, em cerca de 17%, hoje a folha de pagamento do Estado está em 42,15%, pode chegar a 46,55% – limite prudencial – e 49% – limite legal, permitiria a valorização financeira dos servidores. Nessa matemática, a fórmula apresenta uma folga de 6,85%, para alcançar o limite permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O resultado são professores e alunos em sala de aula, ensinando e aprendendo, e preparando o nosso país para seguir em frente. A proposta do governo do estado aos professores da rede estadual de ensino é inadmissível. A tabela achata os salários e desestimula o aperfeiçoamento do professor. É uma das piores propostas apresentadas por um governador ao magistério catarinense.”

Fonte: Moacir Pereira
25 de maio de 2011

A luta continua!

Deu o previsto. Proposta do Governo teve o mesmo efeito que álcool jogado para apagar o fogo. Professores decidiram em assembleia manter a greve, agora com maior adesão ainda. O desgaste do Governo vai aumentando. Os argumentos dos professores são cada vez mais consistentes e convincentes.

Fonte: Adelor Lessa
http://www.atribunanet.com/coluna/adelor-lessa

Esclarecimento

O governo do estado, está veiculando na tv que já está cumprindo a lei, isto é MENTIRA, porém a lei federal 11738 determina o pagamento do piso de forma progressiva a atingir a todos os níveis da categoria.
O não cumprimento da integra na lei, coloca de forma igual todos os "graus de graduação ou não". Desta forma não a  valorização do professor em relação a sua formação. A categoria está mobilizada em 90%, e principalmente depois desta afronta ficamos mais fortes. Agora que me desculpem os colegas que não entraram no movimento, pois vocês deveriam se olhar no espelho e ter VERGONHA de vocês mesmos, ficar com medo e ficar se escondendo atrás das cortinas simplesmente não da. Caiam na real, se aceitar este cabresto nós professores estaremos ACABADOS e a EDUCAÇÃO neste país estará mais do que comprometida.
Chega de mentiras senhor governador, dia 1º de abril já passou.

Profissionais da educação continuam parados em Araranguá

Professores querem que o Governo cumpra a Lei do piso salarial. Protestos seguiram durante o dia de hoje em Araranguá.

Aproximadamente 500 pessoas estiveram nesta terça-feira, 24, no Teatro Célia Belizária de Souza, em Araranguá. Estavam presentes professores efetivos, ACTs, inativos, técnicos pedagógicos, representantes da Associação Catarinense dos Professores (ACP) e alunos que são a favor do movimento da classe.
Durante a assembleia, representantes das escolas da região da Amesc se pronunciaram, demonstrando o quadro atual da paralisação.
Muitos professores demonstraram indignação e afirmaram estarem dispostos a continuarem o movimento até que o governo coloque em prática o que prevê a lei. Com 26 anos de magistério, a professora Eliete Martins diz que este é o momento dos professores se unirem.
“O governo está sendo injusto com os professores. Nós já tivemos muitas perdas e a proposta apresentada faz com que tudo o que lutamos até agora não tenha valor. Nós vamos perder com o fim do plano de carreira e com o achatamento da tabela salarial. Isso não é justo e o momento de lutar é agora”, relata.
A coordenadora da Associação Catarinense dos Professores, Francisca Zeti Elena afirma que estão apoiando os profissionais da educação. “Nós não podemos fazer greve, porque já somos professores aposentados, mas estamos junto lutando pelos direitos da classe”.
Segundo o coordenador geral do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sinte), Luiz Fernando Martins, a greve está crescendo. “O movimento cresceu após a reunião do Sinte com representantes do Governo Estadual. Agora, vamos visitar as escolas e continuar parados por tempo indeterminado. Estamos esperando outra proposta do Governo, outra negociação”.
Após a assembleia, professores partiram em uma passeata pelo centro da cidade. Para amanhã, novas manifestações, reuniões, encontros em escolas e outra passeata foram programados.

Fonte: Renata Rocha/Profª orientadora Marli Vitali (SC0903JP)
           24/05/2011 20:29:21 - Atualizado em 24/05/2011 19:25:54

Foto: Renata Rocha

Proposta do governo não se sustenta, a medida provisória é flagrantemente incostitucional

As assembléias regionais dos trabalhadores em Educação da rede pública estadual realizada durante esta 3ª feira, 24 de maio de 2011, em todo o estado, decidiram, por unanimidade, pela continuidade da greve da categoria, que reivindica o cumprimento da Lei do Piso Nacional.

A greve do magistério estadual completa nesta 3ª feira uma semana, com a adesão cada vez maior de trabalhadores revoltados com o descaso do Governo do Estado no que diz respeito a educação pública de Santa Catarina.

A revolta aumentou depois que o Governo se recusou a negociar com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Estadual de Santa Catarina (SINTE/SC) e apresentou uma Medida Provisória, destruindo a carreira do magistério.

Vale alertar que a Medida Provisória é flagrantemente inconstitucional, não só porque ofende as Constituições Federal e Estadual, mas também por ser um atentado contra a valorização do magistério. Sendo mantida a Medida Provisória, o SINTE/SC já acionou a sua assessoria jurídica para buscar na Justiça a sua inconstitucionalidade.

A greve dos trabalhadores em Educação é forte e coesa em todo o estado, com a adesão de mais de 91% da categoria. Os professores que não estavam paralisados, ao saberem da medida arbitrária do Governo em achatar os salários, estão aderindo ao movimento de greve mostrando sua indignação. Pais e alunos estão solidários ao movimento de paralisação dos educadores.

O SINTE/SC reafirma sua disposição de reabertura de diálogo com o Governo do Estado e está estudando uma contraproposta.