quinta-feira, 7 de julho de 2011

Resposta aos tuiteiros

“Caro Moacir, obrigado pelo espaço e pela oportunidade. A sociedade ganha porque consegue ver as diversas faces ideológicas que são expressadas nos comentários e depoimentos, permitindo conhecer melhor os profissionais da imprensa, os professores, o sindicato e o governo.
Vejam só como estão as coisas:
quando existem aulas os professores são os culpados pela falta de qualidade do ensino e da aprendizagem e por isso os alunos não conseguem passar no vestibular;
quando estamos em greve os mesmos alunos acusam os professores por não terem aula e por isso dizem que não são aprovados no vestibular.
E, meus caros alunos, vocês sabiam que um professor para ganhar um salário de aproximadamente R$ 2.500,00 precisa trabalhar no mínimo 12 horas por dia e ainda preparar as aulas em casa nos finais de semana?
Voces acham isso justo? Mesmo o professor mais idealista, o que mais trabalha por amor a camisa, consegue ter uma vida decente, desta forma.
A maioria dos professores, para melhorar suas condições financeiras trabalha tanto em escolas do estado, em escolas municipais e ainda muitos em escolas particulares.
Isso é desumano para quem precisa estar constantemente investindo em aperfeiçoamento e em qualificação, além de trabalhar.
Então caros alunos, neste momento estamos tentando melhorar isso, melhora essa que nos foi garantida pela lei federal do piso salarial e que o governador anterior e o atual não querem cumprir.
Como ficamos se abaixarmos a cabeça e voltamos?
Os avanços que o governo diz ter feito nas propostas, não são avanços, são substitutivos que tentam compensar um valor rebaixado por outro. Para tanto o governo diminuiu a regência classe de 40 para 25% e de 25 para 17% e na última proposta mudou estes índices de 17 para 20% e de 25 para 30%. Isso não é avanço. Avanço seria, por exemplo, se fossem mantidos os índices da regência de classe, conquistadas anteriormente, 25 e 40%, e talvez fosse parcelado o pagamento do aumento do salário anterior com relação ao piso previsto pela lei federal.
A diminuição dos índices da regência de classe é uma atitude irresponsável, pois inúmeras ações judiciais poderão soloicitar a sua reposição gerando multas pesadas e juros, o que irá onerar o tesouro do estado e os bolsos dos contribuintes lá adiante, quando as ações forem julgadas procedentes.
Estas ações poderiam ser evitadas, como os dias em que os professores estão em greve também poderiam ser evitados, se antes de fazer propostas que escondem segundas intenções, o governo de fato analisasse a situação e apresentasse uma porposta decente, que atendesse os professores e aos limites orçamentários do governo.
No entanto o governo quis matar inúmeros coelhos de uma cajada só, como: desestabilizar o sinte, desmoralizar os professores, quebrar o plano de carreira dos professores e ainda continuar a desviar recursos do Fundeb para outras áreas.
Meus prezados alunos, estudem, mesmo enquanto os professores precisam ficar parados para lutar por seus direitos, pelos direitos de cada aluno e pelo direito dos pais. Lutar para que possamos no futuro ter uma escola pública de altíssima qualidade, e que possa fazer do cidadão de amanhã um cidadão mais crítico e mais presente na fiscalização das ações do governo. Do jeito que está o professor sequer tem tempo para o seu lazer quanto mais para ficar atento aos desmandos dos políticos.
Roberto Baron, Guabiruba SC.”

Fonte: Moacir Pereira

Nenhum comentário:

Postar um comentário